quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Cabeça Magra x Cabeça Gorda

Psicoterapia da Boa Forma
Cabeça Magra x Cabeça Gorda

Comi um pedaço de bolo no trabalho. Era aniversário de uma colega. De cara pensei “está tudo perdido!” “Vou estragar minha dieta!”. Saí do escritório, passei em um Supermercado e comprei doces e sorvetes. Afinal, “perdido por um...” Em casa, devorei tudo isso e muito mais. Dor, culpa, arrependimento e...mais comida. Final de mais uma dieta “! Mais uma frustração, auto-estima lá em baixo! (Depoimento de Maria Lucia, 28 anos)”.



Esse relato, típico de pessoa com compulsão alimentar, revela o lado “gordo” de nossa amiga. Sua forma distorcida de avaliar a realidade a levou, como vem levando, a comportamentos errôneos em relação a seu peso, ao alimento. Pensamentos que refletem crenças errôneas, não questionadas.



Naturalmente todos os seus colegas comeram a fatia de bolo. Aqueles de “cabeça magra” voltaram a seu trabalho e não mais pensaram no assunto. Nem se iriam “compensar” deixando de comer isso ou aquilo na janta. Cada qual voltou para sua casa e tocou sua vida, inclusive em termos alimentares.

Qual a diferença entre eles e Maria Lucia?

Nela a perspectiva de comer um pedaço de bolo provocou, por experiências passadas, pensamentos automáticos distorcidos, do tipo “está tudo perdido”, “estraguei tudo” que a levaram a culpa e motivaram o descontrole.



Como poderia ter agido, se fosse possível voltar no tempo?

Seu comportamento está automatizado. Ela procede dessa forma sem perceber. Aceita, sem qualquer contestação, pensamentos distorcidos como verdadeiros sem sequer dar-se conta.

Enquanto não aprender a “desmontar” esse comportamento, será refém de situações desse tipo, por melhor que seja sua dieta. Lembre-se, pensamentos distorcidos geram comportamentos distorcidos e refletem crenças errôneas.



Neste caso é necessário identificar, estar atenta aos primeiros indícios desses pensamentos automáticos. Para isso devemos registrar os pensamentos da forma em que ocorrerem. Pergunte-se “o que estou pensando agora?” “O que se passa em minha mente?” “... estraguei tudo!”, “está tudo perdido!”.

Após identificar esses pensamentos, deverei questiona-los. “SERÁ que realmente estraguei tudo?” “Como posso justificar isso?” “Em que me baseio?” Bem, comi um pedaço de bolo e acrescentei algumas calorias à minha dieta HOJE, mas, se eu parar agora, não terei estragado nada!” Pronto! Criamos ao menos a opção de nos comportarmos dessa ou daquela maneira! Colocamos a razão, a mediação entre o impulso e o ato de comer em si.



Procedendo desta forma, identificando, mediando e questionando esses pensamentos, eles serão substituídos por outros mais lógicos e que gerarão comportamentos mais adaptativos. Se não me sinto culpado de ter comido um pedaço de bolo, se compreendo que isso não é o caos, posso evitar o ataque de comer.

A sensação de falta de controle leva à culpa. A culpa gera ansiedade. A ansiedade leva a comida, que leva à sensação de falta de controle, que leva à culpa, que leva à ansiedade,m que leva...



Esse ciclo pode e deve ser interrompido questionando-se sua origem: forma errôneas de avaliar a realidade.



No começo do “desmanche” desse comportamento preocupe-se com o processo, não com o resultado. Este virá como conseqüência. Erros deverão ser vistos como oportunidade de aprendizado, não como fracassos.

COMPULSÃO ALIMENTAR

QUESTÕES SOBRE COMPULSÃO ALIMENTAR

1. O que é Compulsão Alimentar?

É uma alteração do comportamento alimentar caracterizada por episódios chamados “ataques de comer”, durante os quais há a ingestão de grande quantidade de comida, em curto período de tempo, sem fome ou prazer, com falta de controle sobre o que ou o quanto se come; é acompanhada de sentimento de culpa, auto depreciação, constrangimento e depressão. Afeta 25 a 56 % das pessoas que procuram tratamento para emagrecer e, se não tratada, inviabiliza os mais sinceros propósitos de emagrecimento.

2. O que provoca a Compulsão Alimentar?

É provocada por ansiedade, tensão, stress, dificuldades afetivas, depressão, baixa capacidade de resolver problemas do quotidiano, dificuldade de relacionamento interpessoal e dietas muito restritivas. O compulsivo come por qualquer emoção forte, mesmo as positivas, que ficam associadas como sinais que levam à comida automaticamente, sem que disso tenham consciência. O ponto central da compulsão alimentar é a baixa auto-estima.

3. Como atuam as dietas de emagrecimento na Compulsão Alimentar?

Em qualquer processo de emagrecimento, é fundamental a reorientação alimentar. Na compulsão, porém, o paciente não consegue mantê-la. Como é levado à comida por estímulos outros que a fome, mesmo as mais equilibradas, saborosas e individualizadas dietas são auto – sabotadas.

4. O que sente a pessoa que come compulsivamente?

Basicamente uma urgência em comer. Uma espécie de “aflição” ou desespero que o leva a procurar alívio na comida. Porém esse alívio é de curtíssima duração e esse impulso se repete, agora acrescentado da culpa, sensação de incapacidade e fracasso, depressão, prejudicando ainda mais a auto-estima. Alguns referem pensar o tempo todo em comer; outros começam e não conseguem parar.

5. Como deve ser tratada a Compulsão Alimentar?

A compulsão alimentar deverá ser tratada com uma forma específica de psicoterapia (Psicoterapia Comportamental e Cognitiva), que tem se mostrado eficaz em estudos e na prática clínica, visando desligar o esquema automático EMOÇÃO-COMIDA. Atua na identificação e no tratamento das emoções que levam a pessoa a comer indevidamente, reconduzindo à redescoberta da referência fome - saciedade que o compulsivo perdeu, e a busca de soluções para as emoções que são confundidas com a fome (ansiedade, stress, depressão ou qualquer outro fator que não a fome, que leve a pessoa a comer). Desta forma, ”desmonta-se” progressivamente o comportamento compulsivo. A pessoa perde peso como conseqüência deste processo, e aí poderá, aderir à reorientação alimentar.

Louvores da semana....SUBLIME - LEONARDO GONÇALVES

Sublime Leonardo Gonçalves exibições 872.464 Carros pela cidade Correndo contra o tempo Distantes no vazio Atormentados pelos males De uma...